Não, não é bem assim. Falamos com Valéria Duarte Garcia,
professora de corrida e maratonista, adepta do barefoot (ou corrida natural)
que preparou essa lista de dicas e curiosidades sobre a prática.
DICAS E CURIOSIDADES SOBRE A CORRIDA DESCALÇA
Correr como uma criança
O mais importante da corrida natural nem é estar descalço,
mas observar a movimentação ao correr. “A biomecânica se aproxima da natural,
vide uma criança correndo”, explica a professora de corrida Valéria Duarte
Garcia. Vale usar calçados minimalistas ou tênis do tipo drop zero (a diferença
de altura da sola entre o antepé e o calcanhar é de quase zero milímetro).
A força dos pés
“O pé humano é uma peça
única de engenharia e uma obra de arte”, disse Leonardo da Vinci. Ele é
constituído por 26 ossos – cerca de um quarto dos ossos do corpo, se
considerarmos os dois pés. O pé tem também 33 músculos e mais de 100
ligamentos.
Comece ficando descalço de casa
“Depois, experimente
caminhar em parques, na grama e na areia”, diz Valéria. Isso vai estimular o
fortalecimento das estruturas dos pés e até mudar a movimentação. Ao aumentar a
sensibilidade da sola dos pés, a comunicação com o cérebro aumenta e isso
reflete no padrão dos movimentos. É como ter usado luvas o tempo todo e, ao
tirar, começar a perceber o mundo pelo tato.
Corpo pronto para o impacto
Aviso: a transição pode levar alguns anos. Sem o tênis
convencional, é o corpo que absorve o impacto. Por isso, é importante mudar a
maneira de se mover. “Temos mecanismos naturais de proteção, mas é preciso
readaptar, restabelecendo a musculatura e as estruturas gerais dos pés para
evitar lesões”, diz Valeria. Não se deve pular etapas nem ter pressa.
Tem competição de corrida descalça?
Não existe uma categoria de provas barefoot ou minimalista.
Mas é mais fácil encontrar esses corredores em ambientes naturais, como em
corridas em trilhas e em montanhas, disputadas em solo variado, de terra, pedra
e plantas rasteiras que é mais confortável para a sola dos pés do que o
asfalto. Entre os adeptos, há muitos maratonistas (corridas de até 42,195 km),
ou ultramaratonistas, que podem correr até a casa da centena de quilômetros de
uma vez.
Nas olimpíadas também tem
Nas Olimpíadas de Roma 1960, o etíope Abebe Bikila venceu a
maratona descalço – e de quebra bateu o recorde mundial, com o tempo de
2h15min16s. A corredora sul-africana Zola Budd correu os 3.000 metros rasos
descalça em Los Angeles 1984, mas por conta de uma colisão com a atleta Mary
Decker acabou perdendo. De Cingapura, P.C. Suppiah correu descalço em Munique
1972. Em Sidney 2000, a queniana Teglah Loroupe correu em diversas modalidades
com tênis minimalista e, quando mais jovem, só competia descalça.
De sandália também
Os tarahumaras são um povo do México que corre longas distâncias
descalços ou com sandálias tradicionais, chamadas de “huaraches”. Há relatos e
registros de corridas de mais de 300 quilômetros contínuos, apenas com as
sandálias.
Uma breve história do tênis de corrida
O processo de vulcanização da borracha, desenvolvido no ano
de 1839, foi assimilado na fabricação dos primeiros calçados esportivos. Feitos
de materiais como tecido, borracha e couro, não tinham sistemas sofisticados de
amortecimento, nem calcanhar mais alto, como os tênis que chegaram nos anos
1960 e 1970. Em 2004, essa história muda de direção, com os calçados
minimalista, sucesso entre os corredores descalços.
ATENÇÃO
Antes de aderir à prática da corrida descalça,
procure o acompanhamento de um especialistaFonte: https://www.vivaalongevidade.com.br/
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